quarta-feira, 8 de maio de 2013

Foi dia 23


A manhã já era tarde, porém não demais para que o tempo tomasse as minhas chances de estar bem. Levantar me custou um proveito que apenas a minha preguiça sobre a cama quente saberia explicar naquele dia de março em que decidi esquecer os ponteiros na escrevaninha revirada, aliás, quis jogar fora qualquer bilhete de compromisso, pois reuniria as pessoas que me querem o melhor para comemorarmos o dia, onde quisesse que fosse. Salve! Propor pisar pelas ruas com as sandálias calçadas foi questão de um estalo, então me atrevi a atravessar junto de dois amigos para um bairro que havia muito não visitava. Se a ida foi boa, a volta foi melhor. Como foi bom receber apertos de mão e o abraço da chuva que limpou a alma como só ela faria... Salve! Os convidados iam-se chegando, todos se ajeitando sem reclames num espaço onde qualquer um duvidaria reunir tanta gente. Lá couberam as piadas infames, coube quem comesse jujuba pela falta do que fazer, coube a música alta e ainda coube uma voz que latia sem razão, tudo misturado com a bebida dos risonhos, um tanto de sal e limão. Salve! Um dia inteiro num segundo, história para contar com brilhos nos olhos para quem quiser ouvir. A noite já era tarde, contudo não demais para agradecer com as mãos para o céu ao povo que esteve todo o tempo comigo e eu sei que eles nunca, nunca me deixarão sozinho.

Em homenagem ao aniversário de um dos meus amigos do peito.

(Marco de Moraes)