quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Sobre músico-poesia

Sou culpado confesso que percebe na música mais fragmentos de nós do que se possa imaginar. Música é terapia, bem como a poesia que versa o que somos, o que queremos expor de belo e de feio do nosso interior gritante mesmo que a sós o façamos. Comparo aqui o virtuosismo celere de instrumentistas com a escrita difícil de quem mostra a destreza - dotada de vazios - de quem conhece o que faz, embora falte cumplicidade no momento em que muito falam, mas nada dizem (não é assim que instrumentos e penas choram). Ter olhos para observar o dia-a-dia é essencial, mas o quão importante se faz um som marcante para o primeiro passo desejoso pela chegada de um dia promissor e o último passo para o adeus de um dia que se foi tarde. Nestas últimas linhas - espero não errar - ainda cabe perguntar como se acham dignas de respeito pessoas que dedicam seu tempo por chamar a atenção para mostrar o quão ocas são.


(Marco de Moraes) 

2 comentários:

  1. "Nestas últimas linhas - espero não errar - ainda cabe perguntar como se acham dignas de respeito pessoas que dedicam seu tempo por chamar a atenção para mostrar o quão ocas são."

    Exactamente! Ótimo texto!

    Au revoir

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  2. Incrível esse teu ponto de vista.
    E como à Nicera, me encantou essas suas ultimas linhas.

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